sábado, setembro 20, 2025
InícioNotíciasTrump recebe Bolsonaro na Casa Branca e diz que apoia entrada do...

Trump recebe Bolsonaro na Casa Branca e diz que apoia entrada do Brasil na OCDE

Trump recebe Bolsonaro na Casa Branca

Em encontro na Casa Branca com o presidente Jair Bolsonaro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (19) que apoia o ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).


A declaração foi dada à imprensa durante reunião entre os dois presidentes, em Washington. Bolsonaro chegou à Casa Branca às 13h04 e foi recebido logo na entrada do prédio por Trump.


Mais cedo, o presidente brasileiro se reuniu com o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro.


“Eu estou apoiando os esforços deles [brasileiros] para entrar [na OCDE]”, disse Trump, ao lado de Bolsonaro. Ele não deu mais detalhes sobre o assunto.


A OCDE atua como uma organização para cooperação e discussão de políticas públicas e econômicas que devem guiar os países que dela fazem parte. Para entrar no acordo, são necessárias a implementação de uma série de medidas econômicas liberais, como o controle inflacionário e fiscal.

Em troca, o país ganha um “selo” de investimento que pode atrair investidores ao redor do globo.


Mais cedo, de acordo com a agência Reuters, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que os Estados Unidos querem que o Brasil deixe a lista de países de tratamento especial e diferenciado da Organização Mundial do Comércio (OMC) em troca do apoio norte-americano à entrada brasileira na OCDE.


A lista de países de tratamento especial e diferenciado da OMC, em que os países se autodenominam, dá vantagens especiais como mais tempo para cumprir acordos e outras flexibilidades.


De acordo com a Reuters, o governo norte-americano, contrário à lista, quer terminar com o modelo, do qual o Brasil participa até hoje, e quer ajuda do governo brasileiro.


Questionado sobre o que esperava que Bolsonaro levasse como resultado da visita aos Estados Unidos, Trump afirmou que o país tem “muitas coisas” que o Brasil gostaria, como o comércio.


“Estamos trabalhando nessas coisas. Um dos aspectos é o comércio. O Brasil fabrica ótimos produtos e nós produzimos ótimos produtos. No passado, nosso comércio nunca foi tão bom quanto deveria ser. Em alguns casos, deveria ser muito mais. Então achamos que nosso comércio com o Brasil aumentará substancialmente em ambos os sentidos e estamos ansiosos para isso”, afirmou Trump.


No encontro, os presidentes trocaram camisas das seleções de futebol do Brasil e dos Estados Unidos e citaram a admiração mútua pelo ex-jogador Pelé, considerado o rei do futebol.

Agenda

Bolsonaro está desde domingo (17) em Washington para sua primeira visita oficial aos EUA, a segunda viagem internacional de seu mandato. O presidente se hospedou na Blair House, residência que o governo norte-americano reserva para chefes de Estado em visitas oficiais.


O encontro privado com Trump é o principal compromisso dos três dias de agenda de Bolsonaro em Washington. Após a audiência privada dos presidentes, haverá um almoço de trabalho, com reunião ampliada.


Na sequência, o presidente brasileiro visitará o cemitério nacional de Arlington, local onde estão os restos mortais de 400 mil soldados norte-americanos e de outros 11 países.

Ainda nesta terça, Bolsonaro terá uma reunião com lideranças religiosas dos EUA e um jantar de trabalho antes da partida para Brasília. Ele deve chegar em Brasília nesta quarta-feira (20).


Parcerias com os EUADesde a campanha eleitoral, em 2018, Bolsonaro defende uma maior aproximação do Brasil com os EUA. Já em Washington, ele declarou que deseja um Brasil “grande”, a exemplo dos planos de Trump para seu país.


Bolsonaro, que já foi chamado de “Trump dos trópicos” pela imprensa estrangeira, reforçou o desejo de parcerias com os norte-americanos na segunda (18) ao discursar no “Dia do Brasil em Washington”, na Câmara de Comércio dos Estados Unidos.


Nesta terça, ao lado de Trump, Bolsonaro disse que é uma satisfação estar nos Estados Unidos “depois de algumas décadas de presidentes antiamericanos”.

O presidente brasileiro disse que “agora o Brasil mudou” e que o país “tem muito muito a conversar, muita coisa a oferecer para os nossos povos”.


“Tenho sim, como disse há muito tempo, muita coisa em comum com o senhor Donald Trump. […] Ele quer uma América grande, eu quero um Brasil grande. Pode ter certeza, a partir desse momento aqui, o Brasil está mais do que nunca engajado com os nossos Estados Unidos”, afirmou Bolsonaro.

Venezuela

Um dos temas previstos para o encontro entre Trump e Bolsonaro é a situação da Venezuela. Brasil e EUA não reconhecem o governo de Nicolás Maduro e consideram o líder opositor Juan Guaidó como presidente interino do país.


Trump já afirmou que enviar militares ao país sul-americano “certamente é uma opção”. O governo brasileiro tem declarado que não participaria de uma intervenção na Venezuela. Bolsonaro, contudo, citou nesta segunda (18) a capacidade “bélica” dos norte-americanos ao dizer que é preciso “resolver a questão da Venezuela”.


No início desta madrugada, Bolsonaro concedeu entrevista ao canal Fox News e disse querer que a Venezuela “volte à democracia” e que o Brasil é o país mais interessado em pôr fim ao governo Maduro.


Na declaração à imprensa na tarde desta terça, Trump falou sobre a situação da Venezuela e voltou a dizer que “todas as opções estão na mesa” e que ainda não discutiu participação militar do Brasil na Venezuela.

Acordo de Alcântara

Até o momento, o principal acordo firmado entre Brasil e EUA durante a viagem de Bolsonaro viabiliza o uso comercial da base de lançamento de Alcântara, no Maranhão.


O acordo de salvaguardas tecnológicas, que precisará da aprovação do Congresso Nacional para entrar em vigor, preserva a tecnologia dos dois países e viabiliza o lançamento de foguetes e satélites pelos EUA a partir da base maranhense, que continuará sob jurisdição brasileira.


Durante a viagem, o governo publicou um decreto assinado por Bolsonaro que permitirá, a partir de 17 de junho, que turistas de EUA, Austrália, Canadá e Japão entrem no Brasil sem a necessidade de visto.


A medida foi “unilateral”, ou seja, não muda a forma de os cidadãos brasileiros entrarem nesses países. De acordo com o Ministério do Turismo, a dispensa do visto foi adotada a fim de incentivar o turismo no país, com a geração de emprego e renda no Brasil.

Foto: Brendan Smialowski / AFP
Foto: Kevin Lamarque/ Reuters

Fonte Globo

RELATED ARTICLES

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Most Popular