Kyara, um bebê orca de três meses, morreu no parque aquático SeaWorld, nos Estados Unidos, na segunda-feira. O animal era a última orca nascida em cativeiro no parque, que encerrou seu programa de reprodução durante a gestação da mãe de Kyara.
A empresa, que fica em Orlando, na Flórida, afirmou em comunicado que, nos últimos três dias, Kyara estava com uma infecção (que os veterinários suspeitam que seja pneumonia) que vinha sendo tratada pelos especialistas. Mas, com a saúde frágil, não resistiu. Exames ainda serão realizados para determinar a causa exata da morte e os resultados devem sair em algumas semanas.
Segundo a nota, o bebê “enfrentou alguns problemas sérios de saúde na última semana e passou por tratamentos intensivos”. Apesar de a causa oficial da morte do animal só poder ser determinada após os novos exames, o parque informou que infecções, como pneumonia, são algumas das causas mais comuns de doença e morte de orcas e golfinhos (orcas fazem parte do grupo de golfinhos de grande porte), tanto os que vivem livremente quanto os confinados em aquários.
Última orca nascida em cativeiro no SeaWorld
A equipe de funcionários do SeaWord deve, a partir de agora, dedicar-se aos outros animais do parque, principalmente a mãe de Kyara, que se chama Takara e tem 26 anos. Por enquanto, nenhum outro animal apresentou sinais de doença, mas eles estão sendo monitorados pelos especialistas.
Kyara nasceu em abril, nas dependências do SeaWorld, e os biólogos e veterinários esperavam poder acompanhar e estudar o desenvolvimento do animal, para encontrar maneiras de preservar a espécie.
Segundo a Whales and Dolphins Conservation (WDC, na sigla em inglês), há 61 orcas vivendo em cativeiro ao redor do mundo, das quais 23 estão nos Estados Unidos – 22 delas nos parques SeaWorld. Dados apresentados pela organização mostram que a taxa de mortalidade para orcas que vivem em cativeiro é 2,5 vezes maior do que na natureza.
No caso do SeaWorld, a WDC aponta que 92% dos animais que vivem nos parques não ultrapassam os 25 anos, enquanto no oceano a expectativa de vida chega até 50 anos. Além disso, os tanques costumam ser tão pequenos que seria necessário percorrer as distâncias de ponta a ponta 1.400 vezes para que as orcas nadassem o tanto que geralmente nadam na natureza.
Além disso, a vida em cativeiro faz com que todos machos e algumas fêmeas tenham uma deformação em sua barbatana dorsal, uma vez que as águas rasas fazem com que seu membro fique para fora e, consequentemente, sofra mais consequências da ação da gravidade.
Fonte: Veja