sábado, dezembro 9, 2023
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Dentista acusado de matar leão pode enfrentar processo nos EUA.

O dentista Walter Palmer, que matou o leão Cecil, considerado símbolo do Zimbábue, está enfrentando ameaça de processo nos Estados Unidos, de acordo com informações do jornal inglês “Telegraph”. Autoridades da US Fish and Wildlife Service, agência governamental dedicada a preservar a vida selvagem, e do gabinete do Procurador dos EUA estão analisando uma queixa feita por Betty McCollum, uma congressista democrata pelo estado de origem de Palmer, Minnesota.

Segundo a publicação, a queixa está sendo levada “a sério”. McCollum pediu às autoridades que examinassem se Palmer quebrou leis americanas relativas à conspiração, suborno de funcionários estrangeiros e participação na caça ilegal de uma espécie protegida.

Cecil 1

“Matar animais ameaçados como este leão africano por esporte não pode ser chamado caça, mas sim uma exposição vergonhosa de crueldade insensível”, disse ela. “Também vou continuar a trabalhar com os meus colegas de ambos os lados do corredor para conquistar leis que protegem animais icônicos, ameaçados e em perigo de todo o mundo bárbaro da ‘caça esportiva’ nas mãos de elites ultrarricas.”

Newt Gingrich, o ex-presidente republicano da Câmara dos Representantes e um líder conservador americano, pediu ação punitiva contra Palmer e aqueles que participaram na morte de Cecil no Zimbábue. “A equipe inteira que matou o leão Cecil deve ser presa incluindo o dentista de Minneapolis”, escreveu na sua conta do Twitter:

Em Bloomington, no subúrbio de Minneapolis, onde o consultório de Palmer está localizado, cerca de 150 pessoas se reuniram do lado de fora do edifício de um andar para apoiar uma manifestação organizada pela Coalizão Americana dos Direitos dos Animais. Com cartazes, os presentes, entre adultos e crianças, pediam a extradição do profissional de saúde. Alguns gritos de “apodreça no inferno” também puderam ser ouvidos, como reportou o jornal.

manifestacao

leao-zimbabueClinica de Palmer
Dois homens do Zimbábue que receberam US$ 50 mil de Palmer foram ouvidos nesta quarta-feira em uma audiência em um tribunal em que são acusados de caça ilegal.

PEDIDO DE DESCULPAS
Em uma carta enviada a seus “valorizados” pacientes nesta terça-feira, Walter pediu desculpas pela perturbação causada pela raiva dirigida a ele, uma vez que está nos noticiários “por razões que nada têm a ver com a minha profissão ou o cuidado que ofereço a vocês”. O dentista acrescentou que achava que a caça era legal e que não tinha sabia que Cecil estava protegido, complementando que vai ajudar as autoridades do Zimbábue ou dos EUA nas investigações.

Ele se descreveu como um “caçador há muito tempo”, mas disse que raramente discutia sua paixão com os pacientes “porque pode ser um tema polêmico e emocionalmente carregado”.

NÃO É APENAS SOBRE CECIL
O Zimbábue, nação da África Austral, é um dos lugares do continente que mais sofre com o caça de animais de grande porte, tanto legal quanto ilegal. É um país onde, como a revista “Slate” informou, “caçadores exportaram 49 leões como troféus somente em 2013”, e onde, desde a morte de Cecil, “é possível que pelo menos uma dúzia de outros leões tenham sido baleados”. Um estudo de 2013, publicado na revista “Public Library of Science”, estimou, ainda, que 96 leões foram caçados por ano entre 1996 e 2006 no Zimbábue e 43 por ano mais recentemente. A caça de leões foi proibida por lá em 2005, mas voltou a ser permitida depois de 2008.

No entanto, o problema não para nos leões. Caçadores mataram entre 15 e 20 rinocerontes no país em 2014, 60 em 2013 e 84 em 2008. A World Wide Found for Nature (WWF) estima que 60% da população de rinocerontes no Zimbábue e na República Democrática do Congo foi morta entre 2003 e 2005. Agora, restam apenas 750 rinocerontes no país.

Fonte: Globo

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