A rádio oficial do grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou nesta segunda-feira (13) o massacre em uma boate gay de Orlando, nos Estados Unidos, cometido por um “soldado do califado”. Ao todo, 50 pessoas morreram, incluindo o atirador, e dezenas ficaram feridas.
“Deus permitiu ao irmão Omar Mateen, um dos soldados do califado nos Estados Unidos, lançar uma ghazwa (termo islâmico para designar um ataque) em uma discoteca de sodomitas na cidade de Orlando, conseguindo matar e ferir mais de 100 deles”, afirma o boletim da Rádio Al-Bayan do EI.
O comunicado foi divulgado em inglês e árabe por meio da agência de notícias Amaq, que é ligada aos jihadistas. O EI costuma reivindicar com rapidez atentados ocorridos no Ocidente, mesmo os realizados pelos chamados “lobos solitários”, que operam sem coordenação com células da organização.
Até as 11h desta segunda-feira, as autoridades norte-americanas não haviam se pronunciado sobre o anúncio.
O número de mortos faz do ato o pior ataque a tiros da história dos EUA. O último com proporções comparáveis foi o massacre de 2007 na universidade Virginia Tech, que deixou 32 mortos. Este é o pior massacre terrorista em solo americano, depois do 11 de setembro.
O atirador morreu durante a troca de tiros com a polícia. Omar Saddiqui Mateen tinha 29 anos e era um cidadão norte-americano, filho de pais afegãos. De acordo com as autoridades, na última semana, o suspeito comprou legalmente duas armas de fogo.
O agente do FBI Ronald Hopper disse neste domingo ter recebido informações de que, antes do ataque, Mateen ligou para o número de emergência 911 e disse ser leal ao Estado Islâmico.
O suspeito já havia sido investigado porque havia citado possíveis ligações com terroristas a colegas de trabalho. Ele foi interrogado pelo FBI em duas ocasiões. Apesar das investigações passadas, ele não estava sendo investigado atualmente e não estava sob observação do FBI.
Após o ataque deste domingo, autoridades não confirmaram haver ligação direta do suspeito com o EI, como treinamento ou qualquer comunicação.
O pai do suspeito, Mir Seddique, declarou no domingo que “isso não tem nada a ver com religião”. Seddique afirmou à rede “NBC” que seu filho se irritou, há algum tempo, quando viu dois homens se beijando na frente de seu filho e de sua mulher, em Miami. A ex-mulher de Mateen afirmou a jornais americanos que ele era agressivo.
A ex-mulher do atirador de Orlando afirmou que ele era “instável e perturbado”.
Sitora Yusifiy disse que, pouco depois de se casar com Omar Mateen, suspeito pelo ataque à boate gay na madrugada do último domingo, percebeu que ele era “bipolar e ficava zangado por qualquer coisa”.
Ela também contou que era agredida com frequência.
“Foi quando comecei a me preocupar com a minha segurança. Ele não me permitia falar com a minha família, me isolou deles”, disse.
“Mas minha família estava sintonizado com o que estava acontecendo comigo, e decidiu me salvar dessa situação”.
Segundo Sitora, Mateen era “mentalmente instável e mentalmente doente”.
“Essa era a única explicação que eu tenho para o que aconteceu: ele era obviamente perturbado”.
Fonte:AFP/ G1