Tempestade Ida causa mortes e chuva histórica em Nova York
Ao menos 7 pessoas morreram na cidade — que teve a maior quantidade de chuva em 152 anos — e 2 em Nova Jersey. Tormenta causou inundações, interrompeu o metrô e bloqueou estradas.
Ao menos nove pessoas morreram em Nova York e em Nova Jersey devido à tempestade tropical Ida, que já deixou outras seis mortes e causou um rastro de destruição no Sul dos Estados Unidos e agora coloca os dois estados em emergência.
O Ida atingiu os EUA como um furacão de categoria 4 no domingo (30), exatos 16 anos após o Katrina devastar a Louisiana e o Mississippi, e foi rebaixado para tempestade tropical na segunda-feira (30), mas continua causando estragos pelo país.
A cidade de Nova York registrou a maior quantidade de chuva em um dia em pelo menos 152 anos: foram medidos mais de 18 centímetros de água no Central Park, segundo a rede de televisão CNN.
É a maior quantidade desde 1869 (quando as medições começaram a ser feitas) e quase o dobro do recorde anterior (9,75 centímetros em 1927).
A cidade de Newark, em Nova Jersey, também registrou um novo recorde diário de chuva na quarta-feira (1º): 21,3 centímetros, quase o quádruplo do recorde anterior (5,6 centímetros em 1959).
A governadora de Nova York, Kathy Hochul, e o governador de Nova Jersey, Phil Murphy, declararam estado de emergência. O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, também declarou emergência na cidade.
De Blasio citou “chuvas recordes em toda a cidade, enchentes brutais e condições perigosas em nossas estradas” para declarar emergência. “Fique longe do metrô. Fique fora das estradas. Não dirija nessas águas pesadas”.
A polícia de Nova York confirmou sete mortes, incluindo uma criança de 2 anos, um homem de 50 anos e uma mulher de 48 anos que foram encontrados inconscientes dentro de uma casa na noite de quarta-feira (1º). Duas mortes foram relatadas em Nova Jersey.
Segundo o jornal “New York Post”, quatro pessoas morreram presas nos porões de suas casas na cidade (três no bairro do Queens e uma no Brooklyn).
A tormenta causou inundações e interrompeu o funcionamento de quase todas as linhas do metrô de Nova York, que ficaram completamente alagadas. Algumas estradas ficaram intransitáveis e houve relatos de tornados no bairro do Bronx.
No estado de Nova Jersey, o corpo de um homem de 70 anos foi resgatado após o veículo em que estava ser arrastado pela água, segundo o prefeito da cidade de Passaic, Hector Lora.
Rastro de destruição pelos EUA
Os tornados gerados pela tempestade já atingiram partes dos estados da Pensilvânia e de Nova Jersey — onde várias casas ficaram destruídas, em Mullica Hill, e o aeroporto de Newark suspendeu voos.
Desde domingo (30), o Ida já causou um rastro de destruição também nos estados de Louisiana, Mississippi e Alabama, deixando ao menos seis mortos e muito prejuízo.
Quase 1,2 milhão de residências estão sem luz em seis estados nesta quinta-feira (2), segundo o site PowerOutage.us, que compila a falta de energia no país:
Louisiana: 928,3 mil
Pensilvânia: 99,7 mil
Nova Jersey: 61,5 mil
Nova York: 42,9 mil
Mississippi: 37,3 mil
Connecticut: 17,9 mil
O Ida atingiu os Estados Unidos como um furacão de categoria 4 no domingo (30), exatos 16 anos após o Katrina devastar a Louisiana e o Mississippi e deixar 1,8 mil mortos e bilhões em prejuízos.
Com ventos de 230 km/h, o Ida foi o 5º furacão mais forte da história a atingir o continente, segundo a agência de notícias Associated Press.
A tormenta foi rebaixada para tempestade tropical na segunda-feira (30), mas continuou causando estragos pelo país.
15 mortos até agora
Antes das nove mortes em Nova York e Nova Jersey, a tormenta havia deixado seis vítimas em três estados: duas na Louisiana, duas no Mississippi e duas no Alabama.
No Alabama, dois eletricistas morreram quando consertavam danos causados à rede elétrica. No Mississippi, duas pessoas morreram e dez ficaram feridas em uma rodovia destruída pelo furacão.
As duas vítimas na Louisiana são um homem de 60 anos que teve a casa atingida por uma árvore perto de Baton Rouge, a capital do estado, e um motorista que morreu afogado em Nova Orleans.
Autoridades dizem que o número de mortos poderia ter sido muito maior não fosse o sistema de diques que foi construído ao redor de Nova Orleans após a devastação do Katrina em 2005.
Fonte: G1