Uma mãe foi presa e seu namorado foi acusado de assassinato na morte de uma menina cujo corpo foi encontrado dentro de um saco de lixo em uma ilha de Boston Harbor em junho, e que ficou conhecida como “Baby Doe”. Antes de ela ser identificada, chegou a ser cogitado que ela pudesse ser uma brasileira desaparecida.
O promotor do distrito de Suffolk, Daniel Conley, disse que autorizou as acusações contra Michael McCarthy e Rachelle Bond, que foi detida por ter auxiliado no crime após o assassinato. A criança morta é Bella Bond e ela tinha três anos.
A menina ficou conhecida como “Baby Doe” enquanto investigadores tentavam descobrir quem ela era e como tinha morrido, em uma forte campanha nas redes sociais, que inclui uma reconstituição facial dela, com suas bochechas salientes e olhos castanhos.
“Com apenas três anos de idade, Bella Bond era verdadeiramente inocente”, disse Conley em uma coletiva de imprensa, na qual anunciou as acusações. “Esta criança, cujo próprio nome significa beleza, foi assassinada”, disse.
Depois de “Baby Doe” ter sido encontrada em junho, a polícia imediatamente pediu ajuda à população. O Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas, usando fotos de seus restos mortais, criou uma reconstituição facial de como ela teria sido quando viva. Em duas semanas, a imagem já havia atingido um número estimado de 47 milhões de pessoas no Facebook.
Fotos de Bella postadas no perfil de sua mãe no Facebook mostram uma incrível semelhança com a reconstituição facial.
Conley não fez comentários sobre a possível razão por trás da morte da menina. “Isso é sempre um assunto que nos deixa perplexos”, ele disse. “Por que alguém mata uma criança de três anos? O que ela poderia ter feito?”
O porta-voz do governo, Robert DeLeo disse que Bond e McCarthy estão acusando um ao outro pela morte.
McCarthy, de 35 anos, estava em tratamento em um hospital, por uma condição não relacionada ao caso, disseram os promotores. Bond, de 40, estava sob custódia. Nenhum dos dois pode ser contatado para comentar as acusações. Eles devem ser indiciados na segunda-feira.
Funcionários da agência estadual de proteção à criança disseram que tiveram contato com Bella duas vezes, por quatro meses em 2012 e por três meses em 2013. Nos dois casos, eles descreveram o envolvimento como “apoio por negligência” e que nas duas ocasiões os casos foram encerrados.
Entre 2001 e 2006, o Departamento de Crianças e Famílias retirou os direitos parentais de Bond sobre seus dois filhos mais velhos. Uma das crianças foi depois adotada por sua avó materna e a outra foi adotada por uma pessoa que não era da família.
O corpo de “Baby Doe” foi encontrado em 25 de junho, em Deers Island, Winthrop, por uma mulher que passeava com seu cachorro.
Apesar da publicidade, um canal para receber mensagens e cartazes com a reconstituição facial da menina, os investigadores se frustraram por meses, tentando descobrir sua identidade. Eles conseguiram sua grande chance depois que a polícia recebeu uma pista e um mandato de busca foi executado na quinta no apartamento de Bond.
Conley não disse como o corpo de Bella foi parar em Deer Island, mas deu a entender que sua mãe o colocou lá. Ele disse que evidências levaram as autoridades a acusar a mãe por ser cúmplice no crime após o assassinato.
Bond, que tem um histórico de prisões por porte de drogas e prostituição, parece uma mãe dedicada em seu perfil no Facebook, postando diversas fotos de Bella, a quem chama de Bell ou Monkey.
Conley disse ter recebido ao menos dez ofertas de pessoas, entre elas o cardeal Sean O’Malley, que gostariam de pagar pelo enterro de Bella Bond. Ele não informou como a menina morreu, mas disse que mais informações devem ser divulgadas quando McCarthy e Bond forem indiciados.
Fonte: G1