Dzhokhar Tsarnaev, de 21 anos, foi condenado à morte com injeção letal na tarde desta sexta-feira (15) por sua participação nos atentados terroristas na maratona de Boston.
A condenação do jovem muçulmano de origem chechena foi lida após 14 horas de deliberações, nas quais o júri considerou Tsarnaev culpado de seis das 17 acusações passíveis de pena capital.
Em 8 de abril, o mesmo júri de 12 pessoas havia considerado Tsarnaev culpado das 30 acusações atribuídas a ele no pior ataque em solo americano desde 11 de setembro de 2001.
A pena de morte só pode ser aplicada porque a decisão foi unânime entre as sete mulheres e cinco homens que integraram o júri.
A sala de audiências dos tribunais federais da capital de Massachusetts (nordeste) ficou em absoluto silêncio durante a leitura do veredito.
A secretária de Justiça dos EUA, Loretta Lynch, aprovou a decisão, afirmando que a condenação à morte “é uma pena adequada a esse crime horrível”.
Carmen Ortiz, procuradora-geral do Estado de Massachusetts, em declaração à imprensa após a decisão, disse que, embora Dzhokhar fosse influenciado pelo irmão mais velho Tamerlan, ele era também um adulto e deve responder como tal pelo ataque.
Nenhuma pessoa foi executada no estado de Massachusetts desde 1947. Desde que se voltou a aplicar a pena capital em nível federal em 1988, 79 indivíduos foram condenados. Destes, três foram executados, de acordo com o Centro de Informação da Pena de Morte.
Ao lado do irmão, Tamerlan, Dzhokhar foi responsável pela explosão de duas bombas na linha de chegada da maratona de Boston em 15 de abril de 2013, que deixaram três mortos e 264 feridos, dos quais 17 amputados.
Os irmãos Tsarnaev foram identificados como autores dos ataques dias depois da corrida graças a gravações das câmeras de segurança.
O irmão mais velho de Dzhokhar, Tamerlan Tsarnaev, de 26 anos, foi morto pela polícia depois de matar o policial Sean Collier quando tentavam fugir de Boston. Após uma longa perseguição, Dzhokhar, na época com 19 anos, foi capturado horas mais tarde, gravemente ferido.
No dia 8 de abril, Tsarnaev já havia sido declarado culpado de todas as 30 acusações contra ele, após um julgamento que durou 16 dias. Na ocasião, os 12 jurados precisaram de 12 horas para deliberar.
Entre as acusações, o jovem foi considerado culpado pelo assassinato de três pessoas, por ferir outras 264, matar um policial a tiros quatro dias depois e por posse e uso de arma de destruição em massa.
A defesa pedia a prisão perpétua tendo como principal argumento o fato de Dzhokhar ter sido completamente influenciado pelo irmão mais velho.
No julgamento inicial, o promotor-assistente William Weinreb disse que Dzhokhar leu revistas radicais na Internet, onde aprendeu a fazer as bombas repletas de estilhaços que provocaram amputações em 17 pessoas.
“Ele acreditou ser um soldado em uma guerra santa contra os norte-americanos”, afirmou Weinreb a respeito de Tsarnaev.
Os mortos pelas explosões provocadas pelos irmãos Tsarnaev foram Krystle Campbell, uma gerente de restaurante de 29 anos, a estudante chinesa da Universidade de Boston Lu Lingzi, de 23 anos, e Martin Richard, um menino de 8 anos de idade.
“Espero que esse veredito dê algum tipo de desfecho para os sobreviventes, familiares e todos aqueles atingidos pelos trágicos acontecimentos de 2013”, declarou o prefeito de Boston, Marty Walsh.
O pai do jovem, Anzor Tsarnaev, que vive no Daguestão (Rússia), disse ao canal americano ABC que era uma notícia “dura” e que continuarão “lutando até o fim” para tentar salvar o filho. “Tínhamos esperanças e ainda temos”, completou.
Fonte: G1