sábado, dezembro 14, 2024
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Jovem americano comete suicídio após passar três anos na prisão sem julgamento.

Um jovem americano se matou dois anos após deixar Rikers Island, uma das prisões mais duras nos Estados Unidos, onde entrou sem julgamento e permaneceu durante três anos, durante os quais foi vítima de abuso.
Kalief Browder, de 22 anos, cujo testemunho de tortura sofrida na prisão fez dele um caso emblemático, se enforcou em sua casa e foi encontrado no sábado por sua mãe -informou a família do jovem.
Ele já havia tentado tirar a vida várias vezes enquanto estava no presídio.
Desde que deixou Rikers Island, sem que nenhuma acusação fosse feita contra ele, o jovem havia se tornado o rosto e a voz de abusos neste gigantesco centro de detenção, localizado não muito longe de Manhattan.
Seu testemunho sobre os maus-tratos que sofreu – além dos golpes dos outros prisioneiros e dos guardas, também ficou dois anos na solitária – permitiu realizar reformas para tentar parar a violência endêmica na prisão e proibir que adolescentes sejam enviados para a prisão.
Seu caso teve um forte impacto na opinião pública e várias celebridades manifestaram apoio ao jovem, como o rapper Jay-Z.
A família de Browder atribuiu o suicídio do jovem ao tratamento que ele sofreu na prisão. “Ele não conseguiu superar a dor e o tormento que sofrido durante seu isolamento”, indicou em um comunicado.
“Pedimos ao prefeito (Bill de Blasio) e todos os responsáveis da cidade de Nova York que garantam que ninguém mais em Nova York tenha de suportar o que Kalief sofreu”, acrescentou a nota.
O prefeito qualificou a morte do jovem de “trágica”. “Muitas das reformas que estamos realizando em Rikers Island neste momento são resultado de exemplo Browder Kalief. Ele não morreu em vão”, afirmou o prefeito.
O centro de detenção em Rikers Island, que tem cerca de 14 mil prisioneiros, a maioria em prisão preventiva, sofre de uma “cultura profundamente enraizada e endêmica da violência”, em particular a violência cometida por guardas contra adolescentes, conforme relatado no ano passado em relatório oficial.

Fonte: G1

 

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